sexta-feira, 6 de agosto de 2010

a moda brasileira


o sucesso da moda brasileira

A Segunda Guerra Mudial e a revolução industrial foram momentos históricos determinantes para o surgimento de novas potências e a expansão de determinados setores em países em desenvolvimento. No Brasil, o período pós-guerra teve papel fundamental para o crescimento do setor têxtil e de confecções, culminando com o crescimento da moda brasileira. Hoje, o setor rende bons frutos ao País, que se firma como o oitavo maior produtor têxtil do mundo e auto-suficiente na produção de algodão. Não bastassem os destaques econômicos, a qualidade do design de moda nacional está cada vez melhor, conquistando o mercado internacional e colocando o Brasil em uma posição interessante diante de concorrentes do velho mundo, hors-concours no quesito moda, como frança e Itália.


Tudo isso graças à muita criatividade dos estilistas brasileiros e de um esforço do setor têxtil que, mesmo sem apoio do governo - principal reclamação dos especialistas - vem conseguindo resultados expressivos. "Ao longo dos anos, o País foi se desenvolvendo no setor e, hoje, é o segundo maior empregador, disputando o primeiro lugar com a construção civil", afirma o diretor do Instituto Brasil de Arte e Moda, Amnon Armoni. Para se ter uma idéia do que isso representa, estamos falando de cerca de 1 milhão e 500 mil pessoas, considerando a população economicamente ativa do País.


Boa parte do que é produzido, porém, é consumido aqui mesmo, no mercado interno. No entanto, o Brasil já tem clientela no exterior. A diretora de marketing do Ibmoda (Instituto Brasileiro de Moda), Luciane Robic, diz que a moda brasileira está conseguindo tangibilizar nosso estilo de vida, ou seja, o modo de viver, os constumes e a cultura brasileira em seus produtos, valor extremamente desejado no exterior. Prova disso é que, nos últimos cinco anos, a identidade dos modelitos presentes nos desfiles como o São Paulo Fashion Week, mudou muito. "Há cinco anos, copiávamos as culturas americana e européia. Hoje, o Brasil tem seu próprio design, bastante competitivo," diz.


Ter uma identidade, porém, não é o único diferencial que conquista o mercado externo, mas sim, o valor agregado que ela representa para o consumidor. Segundo Armoni, no exterior, o Brasil é visto como um país sensual, que exalta a beleza, e é esse valor que o consumidor procura quando compra a etiqueta Made in Brazil. "Quando a gente compra uma marca italiana, estamos atrás da sofisticação que a ela atribui porque esta foi a identidade criada para os produtos daquele País. Na França, por sua vez, o destaque fica para o luxo, para o glamour."


Se a sensualidade da mulher brasileira é o valor agregado mais desejado no exterior, nem precisa dizer qual é o sonho de consumo das estrangeiras, não é? Acertou em cheio quem apostou nos biquínis tupiniquins. Segundo Luciane, grandes marcas brasileiras como a Rosa Chá, por exemplo, têm obtido enorme sucesso no exterior, graças às estamparias alegres e aos modelitos, baseado nas curvas da mulher brasileira. Mas não é só o biquíni que faz sucesso lá fora. As roupas femininas, em geral, também ganham espaço cada vez maior.


Por que não somos líderes?




Com a oitava maior produção têxtil do mundo, a autosuficiência em produção de algodão, a criatividade de nossos estilistas, aliados a outros dados interessantes como: ocuparmos o segundo lugar entre os maiores produtores mundiais de índigo, terceiro lugar em malhas e sétimo em fios e filamentos, você pode pensar: então somos líderes mundiais? Na prática, não é bem assim. O setor de têxteis e confeccionáveis movimenta aproximadamente 460 bilhões de dólares em comércio internacional por ano. O líder nesta participação é a China, com 32,2% do total, já a participação brasileira não passa dos 0,44%, segundo dados do Instituto Brasil de Arte e Moda.

O desempenho acanhado tem como causa uma série de fatores. O primeiro deles é que o mercado interno brasileiro é muito forte. Enquanto a China produz para exportar, o Brasil precisa suprir a demanda dos próprios brasileiros. Fora isso, defende Armoni, o brasileiro precisa aprender a exportar. "Enquanto não conseguimos uma participação expressiva no mercado internacional, outros países estão entrando no Brasil com facilidade. É preciso atrair este consumidor estrangeiro para o nosso País, fazer com ele conheça o que é produzido aqui para conseguirmos competir de maneira mais agressiva", explica.


Segundo Armoni, também é preciso se questionar de que forma o Brasil quer ganhar o mercado externo. Neste aspecto, fica a pergunta: será que dá para competir com a China, a Índia ou o Paquistão em valor de mercadoria? O especialista defende que, hoje, por termos uma sociedade mais madura em relação ao preço de nossa mão-de-obra, competir em valor com estes países é quase impossível. Aí, o que vale é uma questão de preferência. O segundo maior exportador de moda no mundo é a Itália que não exporta preço, mas sim, qualidade. "A Itália exporta a idéia da moda italiana, design de qualidade, ou seja, valor agregado. É nisso que o Brasil deve apostar para ter uma penetração no mercado internacional", explica

Se comparado aos outros países da América Latina, o Brasil é claramente mais desenvolvido e possui uma indústria têxtil muito poderosa. Além disso, com uma imagem de beleza bastante difundida, que começou com a era Gisele Bündchen de beleza universal e multicultural, o país tem um potencial enorme a ser explorado. Outro ponto para fortalecer essa questão da imagem de beleza, são os nossos criadores, como Alexandre Hercovitch, Walter Rodrigues, Lino Villaventura, entre outros. Vale lembrar que, recentemente, o brasileiro Narciso Rodrigues ganhou o prêmio de melhor designerinternacionalmente. "Todos estes elementos são fundamentais para reforçar o imaginário das pessoas sobre o que a moda brasileira representa e indica que a marca Made in Brazil têm potencial para ser cada vez mais consumida e amada no mundo", conclui Armoni.


Se comparado aos outros países da América Latina, o Brasil é claramente mais desenvolvido e possui uma indústria têxtil muito poderosa. Além disso, com uma imagem de beleza bastante difundida, que começou com a era Gisele Bündchen de beleza universal e multicultural, o país tem um potencial enorme a ser explorado. Outro ponto para fortalecer essa questão da imagem de beleza, são os nossos criadores, como Alexandre Hercovitch, Walter Rodrigues, Lino Villaventura, entre outros. Vale lembrar que, recentemente, o brasileiro Narciso Rodrigues ganhou o prêmio de melhor designer de moda feminina nos Estados Unidos, o que comprova o quanto nossos estilistas são reconhecidos internacionalmente. "Todos estes elementos são fundamentais para reforçar o imaginário das pessoas sobre o que a moda brasileira representa e indica que a marca Made in Brazil têm potencial para ser cada vez mais consumida e amada no mundo", conclui Armoni.













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